Trivialidades
Escolho a roupa no dia anterior. Sempre fiz isso, deito-me a pensar na roupa adequada ao evento, nos acessórios que ficarão bem e no calçado.
No cérebro de uma mulher, mesmo a mais ocupada e intelectualmente inteligente, há sempre espaço para calcular este tipo de futilidades.
No dia seguinte, se tenho a sorte de me sentir confortável naquela roupa, despacho-me rápido. Se não, é um problema que me vai ocupar uns bons minutos de indecisão.
A roupa é nada mais que um enfeite. Enfeitamos o corpo com o que a alma se sente melhor.
Visto-me de cores para saberem de que é que é feita a minha essência. Das cores vivas d’um arco-íris cheio de boa disposição.
Artilho-me de acessórios, só porque os tenho e nunca os uso. A minha profissão não permite.
Ponho o meu melhor perfume. Aquele de verão. Tenho dois, gosto de ter dois. Um para o inverno mais carregado, outro para o verão mais leve e floral.
Maquilho-me apenas com um simples rímel, para sobressair os meus olhos pequenos e escuros. Estou morena, não preciso de base ou sequer de blush.
Na cabeça vão os óculos de sol, só porque tenho muitos e nunca os uso, pelo menos, não as vezes que deveria para a quantidade que tenho.
Agarro a mala que escolhi para o conjunto, calço os ténis de última moda, aqueles por que sou louca.
E saiu, fresca, lá vou eu.
Imagem por: Catarina Alves - freezememories_