Anda, menina!
Lança, menina, lança! Lança e balança-te neste molho que é a vida! Entre a expectativa e a esperança, atira-te, desbrava caminho e vê como te embaraças nos outros, em tudo. Na lança, nunca vais sozinha, vais projectada nos outros, em tudo. Envolves-te e, enleada, vais nos outros e em tudo.
És a causa do meio e o meio também te causa, combinando numa osmose inevitável, mas desprovida de obrigações. Entrelaçam-te as energias por simples sopros, na vulnerabilidade de que és desfeita.
Não te contenhas! Não queiras desagrupar-te, quando dos agrupados nascemos, nos aglomerados nos distinguimos e em associação vivemos. Anovelada nos outros e em tudo segues em festa tecida do cosmos, na assembleia de tudo o que é universo, seja lá o que isso for. Anovela-te! E num equilíbrio do interser, anovelada és, deixa-te ir no baloiço, mas com balanço.
Não é bonito?
Isto de sermos tudo e todos do mesmo cardume, de sermos interseres no mesmo mar?
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👉🏻também publicado no blog da @valletibooks-REFLEXÕES N°29 - 17/07/2022
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