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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

18
Jul24

Somos nada


Somos pedaços de coisas e coisas cheias de pedaços.

Somos rasgos de dor, ardor, somos dores rasgadas, laceradas, cortadas.

Somos gritos, pele, cabelos, somos tudo e nada.

Somos recortes, cortes, fusões, colagens…

Somos o mar, as árvores, flores, somos reutilizados ou reciclagem…

Somos a paz, o céu, as tempestades, chuva, guerras e granada.

Somos tudo, mas não somos nada.

07
Jun24

Policromia


Ninguém nos pinta de todas as cores. Somos espectros obscuros, amarrados, dissimulados e livre nos pensamentos. Somos cor, pálidas, garridas, terra, somos policromia. Espirros de tinta que ficou a secar sobre a velha tela. Salpicos coração de várias dermes que tanto tingem como despigmentam.

Ninguém nos sabe de cor. Somos tantos cheiros, tantas memórias, tanta pele, somos tudo dentro de nada ou vários nadas dentro de tudo. Um tudo, todo, tanto sem fundo, fim, nem porquê.

Novelos de cores emaranhadas, nas sombras dos raios de luz mais fulminantes. Tantas são as sombras, quantas mais fagulhas tem o nosso sentir. Tais são os arco-íris, quanto maiores são as trevas que nos incendeiam.

Somos seres camaleónicos, débeis, aguerridos, putrefatos, sorrisos, cuidado, firmeza e, também dor. Somos os nós, o lixo, a flor, abraços, molhos. Somos olhar e… amor.

Somos cordas bambas, hirtas, gastas, rotas. Somos caducos, férteis, passos, despidos, alvos, mascarados, livres e terror.

Somos um coração com batimentos que não são nossos… mas dos outros.

Tocamos a discrepância nas próprias terras e, sem dar conta, semeamos vários “eu’s” em solo estéril. Envergamos o conjunto, sabendo que não sabemos vestir em separado.

Ninguém nos pinta de todas as cores, porque a abundância tem os tons do infinito mesmo num corpo parco.

Somos…

Somos o mundo e uma casa.

Ninguém nos pinta de todas as cores. Somos espectros obscuros, amarrados, dissimulados e livre nos pensamentos. Somos cor, pálidas, garridas, terra, somos policromia. Espirros de tinta que ficou a secar sobre a velha tela. Salpicos coração de várias dermes que tanto tingem como despigmentam.

Ninguém nos sabe de cor. Somos tantos cheiros, tantas memórias, tanta pele, somos tudo dentro de nada ou vários nadas dentro de tudo. Um tudo, todo, tanto sem fundo, fim, nem porquê.

Novelos de cores emaranhadas, nas sombras dos raios de luz mais fulminantes. Tantas são as sombras, quantas mais fagulhas tem o nosso sentir. Tais são os arco-íris, quanto maiores são as trevas que nos incendeiam.

Somos seres camaleónicos, débeis, aguerridos, putrefatos, sorrisos, cuidado, firmeza e, também dor. Somos os nós, o lixo, a flor, abraços, molhos. Somos olhar e… amor.

Somos cordas bambas, hirtas, gastas, rotas. Somos caducos, férteis, passos, despidos, alvos, mascarados, livres e terror.

Somos um coração com batimentos que não são nossos… mas dos outros.

Tocamos a discrepância nas próprias terras e, sem dar conta, semeamos vários “eu’s” em solo estéril. Envergamos o conjunto, sabendo que não sabemos vestir em separado.

Ninguém nos pinta de todas as cores, porque a abundância tem os tons do infinito mesmo num corpo parco.

Somos…

Somos o mundo e uma casa.

27
Mai24

Não sabemos nada sobre empatia


 

É fácil andar no nosso pé, nos pés dos outros não sabemos andar. É como ver um mundo tão tão longe que as pessoas viram formigas, é tentar focar algo quando se é míope, é como calçar uns sapatos de salto agulha e caminhar pela calçada portuguesa.

O que sabemos nós sobre a empatia? Nada.

Sabemos vestir a nossa pele, não sabemos o que é ser-se debaixo das peles dos outros, não sabemos a que cheira, ao que sabe, nem o que se sente.

Vislumbramos um filme tal qual as palavras e a imaginação que vamos absorvendo, mas não experenciamos as dores de vestir outra personagem.

Não sabemos o que é empatia.

Somos demasiado egoístas, egocêntricos, para sentir, de facto, o outro. Sabemos pouco desta arte de dançar nos sapatos alheios, ao ritmo das suas dores e alegrias. Somos daltónicos quando se trata de observar através dos tons da compaixão e  pintar num retrato da humanidade os gestos de amor e aceitação.

Somos pequenos, debaixo de tamanha indiferença. Somos tacanhos, de portas fechadas à conexão humana. Somos de plástico, não sabemos mergulhar nas profundezas das emoções do outro.

Somos cegos, quando tentamos enxergar dentro da névoa incerta da empatia.

Nada.

Nada.

Não sabemos nada.

Estamos perto, mas não dentro. Estamos juntos, mas não agregados. Estamos esponjosos, mas dormentes.

O que sabemos sobre empatia, afinal?

Coisa nenhuma.

É uma compreensão disfarçada, uma aceitação que vem oca. Contudo, é em cada gesto de gentileza e compaixão que nos aproximamos do ser e do ser humano.

25
Abr24

Fragmento


Espelho quebrado,

Dos cacos ao todo

És pedaços, nada

És tudo junto, separado

Espelho meu,

Espelho meu,

Haverá tantos cacos quanto os meus?

Estaladiços de ser

Sou fratura

Partida, fugida, perdida

Ida, ida sem volta

Ou volta sem ida.

28
Ago23

O teatro da vida


No teatro da vida, somos atores de histórias escritas pelo destino, já traçadas pelos caminhos premeditados, algures esculpidos no tempo do cosmos.

Que tempo?

O tempo que só é tempo quando vivido, quando tem histórias para contar.

O destino roubou-nos a pesada caneta da responsabilidade e escrevinhou a nossa vida num rascunho: cada travessão, cada história; cada ponto, cada momento; cada risco, cada emenda; cada asterisco, cada marco importante.

Quem somos?

Atores de circos ruidosos que nem conhecemos. As trovejantes palmas que nos alçam os egos. A luz quente que ilumina os palcos da vida, somos esse foco num desfoco de nada.

Somos nadas.

Ou pequenos nadas que ajuntados são espectros de cores de profusas características. Somos todas as cores numa só, ou uma cor só refletida num espectro.

Oh destino! Destino!

Quem te escreveu?

Deu-te carvão bastante para riscar suavemente as folhas toscas, deixando um rasto a cheiro antigo que as impregnou. Deu-te vários capítulos numerados nas páginas ásperas da vida. Deu-te nomes timbrados a quente disforme. Deu-te actos esquecidos nos cenários mudos que partilhas nem sabes com quem.

Somos todos atores.

Personagens, emoções, somos o verbo ser conjugado em todos os pronomes pessoais. E todos são o Eu.

Somos caminhos já apontados por sinaleiros que rangem, crespos… fartos do tempo.

Temos várias vidas numa só e somos todos os parágrafos que alguém ficará para contar.

Entre cenas e encenações, no final da peça, todos seremos apenas histórias.

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