Era um quadro escondido e três mãos
Era um quadro escondido e três mãos
Era o pai, mãe e um dos irmãos,
Eram sombras e cores,
Sentidos esquecidos nas lareiras e nos corpos… sabores!
Era pinho e madeira, e os aromas da fogueira,
A quantos dias do natal estamos para quem nunca o vivenciou!
Alaranjavam-se as paredes, e o tempo… passou!
À distância os outros irmãos alocados noutra beira.
Perderam a sua identidade num quadro escondido,
Nele estavam vidas ausentes,
Atiradas ao vento, família, amigo e inimigo.
Pelo sangue eram parentes e no coração um ribombar latente.
O frio que se sentia era corpóreo, vidas desfasadas,
Longe do habitáculo de contos de fadas
Uma família que só existia em quadros escondidos,
Pequenos gestos e grandes nadas.
👉🏻 Um poema escrito a duas mãos - comCarlos Palmito.