Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência.
Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…
Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência.
Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…
Sinto o frio percorrer-me desde o calcanhar às pontas dos dedos dos pés, Cheira a terra molhada! Um verde intenso, faz-me sorrir pela magia que se inspira por entre as árvores antigas
De mim exalam perfumes de eras remotas, as cores sabem a algodão-doce, a caramelo, aos nenúfares dos lagos nos quais a vejo entrar. Permito que se banhe, envergando o fato que os seus pais lhe deram à nascença… a pele é leite, os cabelos uma floresta, os olhos, de uma criança que pisa este meu mundo pela primeira vez.
Nada me mete medo, sou filha da terra e os meus pés sabem o caminho para o seu coração. O mistério conduz-me ao verde intenso, de sons extraordinários e uma escuridão que não amedronta, mas que afronta. Trago a coragem ao peito e a rebeldia debaixo dos caracóis infantis… sou filha da terra!
Conduzo-a numa valsa, a dança entre a natureza e a beleza, torno-a rainha deste lar que sou eu, desta casa na qual a permito entrar. As ervas roçam-lhe os tornozelos, afavelmente… nos troncos existem colmeias de mel, criadas no inicio dos tempos, mel com que a sacio, com que a deleito… os musgos são a frescura, as sombras um jogo… ao longe, aranhas tecem camas de embalar… para ela, a minha floresta trabalha, como um príncipe encantado cavalgando um alazão em direção à paixão.