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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

26
Dez23

Delírios de Natal


Passa-me a taça dos sonhos.

Deixa-me entre o tenro e o estaladiço,

Põe em prática os teus engenhos,

Os nossos corpos num reboliço.

 

Enquanto os dedos lambo,

Suga-me os sonhos e a libido dela.

Com as ancas eu sambo,

Feitas de sonhos, às vezes canela.

 

Come-me os sonhos e as entranhas

Espalhando, pelo chão, o azevinho.

Enquanto a minha pele arranhas,

Com a língua, os teus prazeres adivinho.

23
Ago23

Versos da Terra: A Jornada da Filha da Natureza


Sinto o frio percorrer-me desde o calcanhar às pontas dos dedos dos pés,
Cheira a terra molhada!
Um verde intenso, faz-me sorrir pela magia que se inspira por entre as árvores antigas

De mim exalam perfumes de eras remotas, as cores sabem a algodão-doce, a caramelo, aos nenúfares dos lagos nos quais a vejo entrar.
Permito que se banhe, envergando o fato que os seus pais lhe deram à nascença… a pele é leite, os cabelos uma floresta, os olhos, de uma criança que pisa este meu mundo pela primeira vez.

Nada me mete medo, sou filha da terra e os meus pés sabem o caminho para o seu coração.
O mistério conduz-me ao verde intenso, de sons extraordinários e uma escuridão que não amedronta, mas que afronta.
Trago a coragem ao peito e a rebeldia debaixo dos caracóis infantis… sou filha da terra!

Conduzo-a numa valsa, a dança entre a natureza e a beleza, torno-a rainha deste lar que sou eu, desta casa na qual a permito entrar.
As ervas roçam-lhe os tornozelos, afavelmente… nos troncos existem colmeias de mel, criadas no inicio dos tempos, mel com que a sacio, com que a deleito… os musgos são a frescura, as sombras um jogo… ao longe, aranhas tecem camas de embalar… para ela, a minha floresta trabalha, como um príncipe encantado cavalgando um alazão em direção à paixão.

 

👉 poema a duas mãos com Carlos Palmito 

 

21
Jun23

Mergulha verão!


Começam as músicas,

As palmas acima da cabeça,

As peles vibram tons dourados

Nas festas ao pôr-do-sol de chãos de areia.

 

Ouvem-se as gaivotas

Que se confundem com os risos

Gargalhadas da inocência que brinca,

Gargalhadas da serotonina

Que o sol nos brindou.

 

Enfeitiçados pelos sons do mar,

Estendidos, meditamos

Com pensamentos que se fazem ouvir por entre os recantos da alegria, da paz e da tranquilidade

 

Os corações auscultam-se salgados

Os gelados são lambidos ruidosamente

Os tilintares dos copos

Os caracóis sugados

Um calor que se chega a ouvir

Através do borbulhar das ondas do mar

Onde os dias são longos

E nos campos,

se escutam o roçar das espigas secas

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