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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

29
Mar23

Escrevi um arco-íris no vento


 

Escrevi um arco-íris no vento,

Com certezas que cores escolher,

Perdi-me no cromático do pensamento

Fugiram as aguarelas e o meu único pincel

 

Quis escrever um arco-íris no vento,

Sem as cores vulgares ressequidas na paleta oval

“Dou-te novas colorações num céu que invento!”

Disse aos assobios, rugidos de um vendaval

 

Num céu cheio de sopros ferozes

O arco-íris perdeu as cores

Procurei pintá-lo na ventania

Com novos tons, sabor e odores

 

Rasgou-se o musgo da terra molhada

Das chuvas que fizeram charco

Salpicou o céu de verde esmeralda

De musgo a musgo, formou-se um arco

 

Queria escrever aromas que me trespassam

O cheiro a fome paira nas ruas do planeta

Pintou de amarelo o céu onde desenhava

Um arco-íris ao vento em tons de azul,

Cheiro a tinta desta caneta

 

Pulsar da raiva ao longo da história

E um arco-íris alegre e inocente

O sangue deflagra e faz memória

De um vermelho vivo e latente

 

Escrevi um arco-íris no vento,

Desenhei-o a preto-carvão

Na paz desta folha de papel em branco acrescento,

Faros do negrume, retalhos da minha solidão.

 

Enfim, maquilhei o céu limpo

Com vento e sem semelhanças,

Os bálsamos pintaram as cores

Desenhei um arco-íris de lembranças.

16
Mar23

(Per)feito


O frio geme delicadamente nos ossos, 

como quem se arrepia nos confins de um orgasmo,
é no seu balançar que me calo, no sorriso capilar, no espasmo,
nos sangues que nos agasalham,
(Per)feitos nas mesmas medulas, mas aos avessos.
E é per capita, per derme, per hélice e vértice, per arestas
por dor, prazer, por deleites que nos tremem, que nos chocalham,
que nos (per)fazem nas fronteiras de cada existir.
Somos fruto de amores aos defeitos, remendos do nosso florescer,
germes que copulam nas papilas gustativas do sorrir,
libélulas desenfreadas nas nébulas de uma avalanche por acontecer.
(Per)doa-me a vontade que mora nas grutas da fantasia,
e voa comigo nos céus da ventura,
roçaremos o arco-íris noturno, despojados de arma ou armadura,
faremos amor nos lagos glaciais da eternidade, ao ritmo da ventania
germinada pelas hélices de um helicóptero.
Se formos para ser, que sejamos (per)feitos
Entre o universo e as galáxias, uma flor e o Amazonas, uma gota e o mar…
Embaraça-te comigo,
Faz cotão das minhas hormonas
Emaranha-te em mim, suicida-te no meu respirar, no ondular do peito,
Toca-me, profundamente, sem pudor, para lá da carne, da alma,
num local que é meu e teu, onde o tempo para, e tudo é paz, calma,
um local, amor, sim, um local execrável, para os demais, contudo,
centelha do meu abismo, para nós…
é subliminarmente per(feito)


🙌🏻Um poema a duas mãos, com o meu querido Carlos Palmito

08
Mar23

Era um quadro escondido e três mãos


Era um quadro escondido e três mãos
Era o pai, mãe e um dos irmãos,
Eram sombras e cores,
Sentidos esquecidos nas lareiras e nos corpos… sabores!

Era pinho e madeira, e os aromas da fogueira,
A quantos dias do natal estamos para quem nunca o vivenciou!
Alaranjavam-se as paredes, e o tempo… passou!
À distância os outros irmãos alocados noutra beira.

Perderam a sua identidade num quadro escondido,
Nele estavam vidas ausentes,
Atiradas ao vento, família, amigo e inimigo.
Pelo sangue eram parentes e no coração um ribombar latente.

O frio que se sentia era corpóreo, vidas desfasadas,
Longe do habitáculo de contos de fadas
Uma família que só existia em quadros escondidos,
Pequenos gestos e grandes nadas.

 

👉🏻 Um poema escrito a duas mãos - comCarlos Palmito. 

05
Jan23

Ao meu amigo Carlos


É tinta preta

Escorre

Faces

Dedos

Cabelos

… Esperma

Tudo vira conto

Prosa

Ou poema.

 

Sombrio

Encoberto

Misterioso

Silencioso

Cabeça barulhenta

Deuses

Heróis

Ideias loucas

E a… tinta preta

Verte

Palavras muitas

Ou poucas.

 

---------

Em homenagem a Carlos Palmito
.
Parabéns meu querido amigo, escritor, inventor, informático (nas horas vagas), encantador de gatos e tantas outras habilidades que não poderei revelar, pois tirar-te-ei a graça e o mistério.
Parabéns amigo que a escrita me deu, que a amizade manteve e que a poesia cuidou…
Parabéns pelo ser incrível que és, pela criatividade… eu acredito que dentro de ti vivem estrelas, espadas, terra, poemas, sangue, efeitos sonoros, heróis e… sei lá! Vive um mundo em ti, meu querido!
Parabéns Carlmlito!
Se eu sou a menina dos mil e um corações, este último devo-to a ti!
Obrigada por fazeres parte 🙏🍷

 

21
Dez22

Bem-vindo inverno!


Gelou-me a ponta do nariz,

A ponta dos dedos,

Os pés custam a aquecer.

Tremeram-se os ossos

Que tentaram acordar na madrugada.

O ambiente sente-se frio,

Mas o aconchego é quente.

 

Na escuridão dos dias curtos,

A tristeza espalha-se rápido

Através dos tons cinzentos do céu e do fresco cruel do ar, que em neve se faz fluir.

O amor abraça-me

num sinónimo de família

Que agasalha calorosamente o meu coração

Onde a chama do outro é a brasa que me acalenta

Assim se achega o ambiente natalício

Com as suas luzes e as lãs que me vestem a pele

 

A chuva cai insana lá fora

E, desgraçadamente, me molha os pés,

Porém, com a mesma graça, é a que me faz adormecer em som de fundo

Enrolada numa manta felpuda

Num clima tórrido

Proveniente da lareira acesa.

 

----------

Um desafio proposto por Carlos Palmito (@c.palmito) na tentativa de descrever esta estação com um só sentido, sabem-me dizer qual é?

 

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