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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

27
Jul24

Estamos do avesso


Desafio de escrita:

Texto com 77 palavras, 

com pelo menos 8 palavras que contenham as letras ETA (por esta ordem)

 


Os pequenos luxos são gorjETAs que a vida se acarrETA de nos presentear… Quem não aprecia? Refeições calmas, pores-do-sol violETA, respirar o próprio tempo sem inquiETAções e… ser poETA.

Existe melhor neste planETA? Ser luxuoso de finos e suaves dETAlhes de vida presente.

EntrETAnto, existe o dinheiro, a sociedade e a pressa com as suas agressivas e dolorosas incumbências e disformes preceitos. Deixamos as curvas, para andarmos atrás dos outros e em linha rETA.

Estamos do avesso!

18
Jul24

Somos nada


Somos pedaços de coisas e coisas cheias de pedaços.

Somos rasgos de dor, ardor, somos dores rasgadas, laceradas, cortadas.

Somos gritos, pele, cabelos, somos tudo e nada.

Somos recortes, cortes, fusões, colagens…

Somos o mar, as árvores, flores, somos reutilizados ou reciclagem…

Somos a paz, o céu, as tempestades, chuva, guerras e granada.

Somos tudo, mas não somos nada.

07
Jun24

Policromia


Ninguém nos pinta de todas as cores. Somos espectros obscuros, amarrados, dissimulados e livre nos pensamentos. Somos cor, pálidas, garridas, terra, somos policromia. Espirros de tinta que ficou a secar sobre a velha tela. Salpicos coração de várias dermes que tanto tingem como despigmentam.

Ninguém nos sabe de cor. Somos tantos cheiros, tantas memórias, tanta pele, somos tudo dentro de nada ou vários nadas dentro de tudo. Um tudo, todo, tanto sem fundo, fim, nem porquê.

Novelos de cores emaranhadas, nas sombras dos raios de luz mais fulminantes. Tantas são as sombras, quantas mais fagulhas tem o nosso sentir. Tais são os arco-íris, quanto maiores são as trevas que nos incendeiam.

Somos seres camaleónicos, débeis, aguerridos, putrefatos, sorrisos, cuidado, firmeza e, também dor. Somos os nós, o lixo, a flor, abraços, molhos. Somos olhar e… amor.

Somos cordas bambas, hirtas, gastas, rotas. Somos caducos, férteis, passos, despidos, alvos, mascarados, livres e terror.

Somos um coração com batimentos que não são nossos… mas dos outros.

Tocamos a discrepância nas próprias terras e, sem dar conta, semeamos vários “eu’s” em solo estéril. Envergamos o conjunto, sabendo que não sabemos vestir em separado.

Ninguém nos pinta de todas as cores, porque a abundância tem os tons do infinito mesmo num corpo parco.

Somos…

Somos o mundo e uma casa.

Ninguém nos pinta de todas as cores. Somos espectros obscuros, amarrados, dissimulados e livre nos pensamentos. Somos cor, pálidas, garridas, terra, somos policromia. Espirros de tinta que ficou a secar sobre a velha tela. Salpicos coração de várias dermes que tanto tingem como despigmentam.

Ninguém nos sabe de cor. Somos tantos cheiros, tantas memórias, tanta pele, somos tudo dentro de nada ou vários nadas dentro de tudo. Um tudo, todo, tanto sem fundo, fim, nem porquê.

Novelos de cores emaranhadas, nas sombras dos raios de luz mais fulminantes. Tantas são as sombras, quantas mais fagulhas tem o nosso sentir. Tais são os arco-íris, quanto maiores são as trevas que nos incendeiam.

Somos seres camaleónicos, débeis, aguerridos, putrefatos, sorrisos, cuidado, firmeza e, também dor. Somos os nós, o lixo, a flor, abraços, molhos. Somos olhar e… amor.

Somos cordas bambas, hirtas, gastas, rotas. Somos caducos, férteis, passos, despidos, alvos, mascarados, livres e terror.

Somos um coração com batimentos que não são nossos… mas dos outros.

Tocamos a discrepância nas próprias terras e, sem dar conta, semeamos vários “eu’s” em solo estéril. Envergamos o conjunto, sabendo que não sabemos vestir em separado.

Ninguém nos pinta de todas as cores, porque a abundância tem os tons do infinito mesmo num corpo parco.

Somos…

Somos o mundo e uma casa.

01
Fev24

Tailândia


Verde, verde, verde.

Montanhas de gratidão,

Caminhos da paz e das mãos ao peito,

Silêncio humano, natureza barulhenta.

Gigantes os animais desta selva,

Pequenez,

aqui.

Sou um pequeno pinhão ao lado destes elefantes asiáticos,

Sou o fumo que se desvaneceu nesta paisagem garrida.

Verde, verde, verde.

São os vales e não os elefantes,

É a mente desta gente e não os templos,

Dourados.

A sabedoria tem esse tom

A cor do ouro, não do sal.

Os mares andam junto com as montanhas,

As florestas mesclam-se com os rios e com mar,

muito mar,

O amor respira-se além do coração,

Os pés embrenham-se nas lamas destas terras ricas.

Somos um, eu e a terra, eu e a natureza.

Sou este tesouro escondido, que me penetra olhos a dentro, com uma tesão desmedida de me fazer parte, e de me fazer feliz.

Sou o orgasmo deste cenário apogeu.

Sou sonhos, os corações nos sonhos, os sorrisos rasgados nos sonhos, o brilho nos olhos que veêm os sonhos.

Sou abundância, a luz,

Que mora nos recantos destes encantos.

Cada ilha, cada areia, cada árvore,

Animal, humano ou mãe terra,

Encantos.

Viagem de histórias que fascinam,

Que cheiram a mar,

Floresta,

Também a sujidade,

Cidade.

Ímpeto de ficar nestas águas calmas, quentes e translúcidas,

Quero inspirar o verde, verde, verde

Deste selvagem novidade

Estreia de esplendor.

Sou navegante, exploradora

Sou a fauna, flora e a areia.

Sou o mar, este misterioso.

Sou a sorte, deste fado

Que me levou a ti,

Tailândia.

27
Jan24

A fortuna das cartas


As cartas guiam destinos, escolhas, caminhos… São o veredicto, a descoberta, uma análise, noutras vezes são apenas… fé.

Ele sentou-se com ar cético, analisei-o assim que passou a cortina para o lado de cá, o lado místico, esotérico. Estávamos os dois desse lado, só que um mais crente que outro.

Porque vens tu homem engravatado? Rolex no punho, sapatos Armani… Será que nem o dinheiro traz certezas? Fortunas não ditam futuros? Claro que não, penso, e o medo da morte bate à porta de todos.

Sem conversas, estendo-lhe o baralho de cartas na mesa redonda, tapada pelo meu lenço lilás com cornucópias - era o lenço da sorte. Ele escolhe meticulosamente cada carta, como se estivesse a escolher as melhores peças de fruta do cesto. Os dedos iam trémulos, apesar do seu semblante confiante e altivo. Seleccionadas as cartas, exponho-as em cruz e pouso as mãos em cima da mesa para me concentrar. Vamos lá, digo e viro rapidamente a primeira carta: o Diabo. Mesmo cético, fica pálido. As cartas têm este poder, assustam, mesmo os não-crentes. Tentações, desejos, sexualidade, digo-lhe. Ele cora, percebo-lhe um embaraço porém, no alto da sua arrogância, diz que tem dois filhos e que não tem problemas desse foro. Ainda com o indicador sobre a maldita carta, olho-o profundamente, deixando-o inquieto. Observa o espaço hesitante e admite ser homossexual, entre dentes, quase de forma imperceptível, acrescenta que não se pode assumir dado o cargo profissional e a família que criou. Eu fico em silêncio, apenas a ouvir a confissão difícil e o ambiente melindroso que ficou no ar…

Segunda carta: o Enforcado.

O homem elegante que tinha entrado minutos antes, estava agora esquálido de medo. Depois desta confissão, o enforcado poderá significar a estagnação, o atraso, acontecimentos estacionados, esclareci. Leva as mãos à cabeça e rodopia a aliança no dedo, pensativo. O enforcado diz-nos também que algo se está a sacrificar e, neste caso em particular, percebe-se o quê.

Continuei para a terceira carta: o Mago.

Notou-se uma réstia de esperança no seu olhar e disse-lhe que indicava o início de algo, uma novidade. Ele fica confuso, abana a cabeça, irónico, lembrando-se do seu ceticismo e porque razão foi ali parar. Muito prontamente rematei com as outras perspectivas que o tarot mostra, atestando a nossa intuição, sabedoria interior, são infinitas as possibilidades, depende de como usará a informação que as cartas lhe trazem, nunca esquecendo que foram uma escolha com as próprias mãos, não as minhas. O indivíduo milionário ficou calado, a olhar o tabuleiro.

Continuei, quarta carta: o Louco. Olhei-o novamente nos olhos e disse que se entendia como uma mudança de rumo, capacidade de se lançar, desprendimento… o pânico ficou claro no rosto do homem de barba feita diariamente. Tinha medo, isso era certo! Medo do seu futuro, do desafio que tinha pela frente. O louco tem um lado negativo, continuei sem ele me pedir, é alguém sem rumo, perdido… e estando esta carta na casa número quatro que está relacionada com as respostas, o que de facto acontecerá, calculo que o que lhe disse primeiramente sobre o Louco dirá tudo. Ele entreolha-me indignado, pareceu-me que não estava à espera deste desfecho quando aqui entrou e colocou a sua nota de duzentos euros em cima da mesa, num gesto sarcástico, com desdém. Não costumo ditar valores, cada pessoa paga aquilo que acha que a sabedoria das cartas merece. Não julgo, nem opino em relação a isso.

Começo a virar a quinta e última carta, esclarecendo que esta seria a síntese da leitura. O homem já a suar agarra as chaves do seu carro, o seu telemóvel, levanta-se num ápice e desaparece pelas cortinas por onde entrou.

Acontece a muitos céticos… penso. Vêm cheios de força e fé neles mesmos, mas depois… o tarot prega-lhes umas partidas.

O medo bate à porta de todos, pensei, enquanto virava a quinta carta, por mera curiosidade: o Ceifador.

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