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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

07
Jun23

Gosto de te ver dormir…


Gosto de te ver dormir…

Da forma sumptuosa como deixas os teus lábios repousarem um no outro,

Do teu cabelo desarrumado,

O teu cheiro a cama.

Gosto de sentir o teu corpo ainda quente,

Preguiçoso e quente,

De ouvir a tua respiração mole, alongada no tempo.

A forma como te agarras à almofada, que te dá um ar manso, dócil e conquistado.

Como esfregas os teus pés nas minhas pernas à procura de suavidade, aconchego.

Da forma como procuras consolo entre posições e continuas pleno.

Gosto de te ver dormir, faz me lembrar um amanhecer silencioso no meio dos vales florestais. Onde tudo é calmaria naquele silêncio de sol e, quando o sol vai alto, vira alvoroço.

Gosto de te ver dormir… porque me pareces indefeso. Vulnerável, sem traços de personalidades marcados, sem teimosias ou caprichos. Mas confortável. Aqui, agora, és puro diamante em bruto, livre das armaduras da vida, frágil como qualquer ser humano. És paz.

Gosto de te ver dormir…

19
Mai23

• Cumprimento •


O coração é um lugar sagrado e o céu o palco da magia. Somos filhos deste ilusionismo, irmãos ligados por essas mesmas raízes da terra, que nutrem o cosmos existente no espaço e nos corpos.
Nas mãos pairam as energias da verdade, caminhamos lado a lado, almas eternas, eternamente. A veracidade é o nosso animal de estimação que, num sopro, se evapora como cinzas na brisa outonal.
O coração é um lugar sagrado e as mãos juntas em prece, iluminam o divino em mim. Forças invisíveis, mas poderosas, produzem uma esfera dourada em meu torno e, num único gesto humilde, com as mãos unidas em frente ao peito, curvo-me para saudar o sagrado que vive em ti. Um movimento célebre que serve de metáfora ao cumprimento mais digno entre seres.
Bálsamo que lava as faces de respeito, para que prossigamos juntos, de mãos dadas às fés que escoam no amor. Somos essências desiguais respeitadas num todo, através de um gesto encorpado desse significado.
Filhos do mundo, de liberdades que atravessam (pre)conceitos, habitantes de uma só pele, um lar, dádiva da vida em comunidade.
E em homenagem ao propósito, seguimos pelos caminhos da libertação, cientes de que a simplicidade é indispensável e a gratidão, o melhor lugar.

16
Mar23

(Per)feito


O frio geme delicadamente nos ossos, 

como quem se arrepia nos confins de um orgasmo,
é no seu balançar que me calo, no sorriso capilar, no espasmo,
nos sangues que nos agasalham,
(Per)feitos nas mesmas medulas, mas aos avessos.
E é per capita, per derme, per hélice e vértice, per arestas
por dor, prazer, por deleites que nos tremem, que nos chocalham,
que nos (per)fazem nas fronteiras de cada existir.
Somos fruto de amores aos defeitos, remendos do nosso florescer,
germes que copulam nas papilas gustativas do sorrir,
libélulas desenfreadas nas nébulas de uma avalanche por acontecer.
(Per)doa-me a vontade que mora nas grutas da fantasia,
e voa comigo nos céus da ventura,
roçaremos o arco-íris noturno, despojados de arma ou armadura,
faremos amor nos lagos glaciais da eternidade, ao ritmo da ventania
germinada pelas hélices de um helicóptero.
Se formos para ser, que sejamos (per)feitos
Entre o universo e as galáxias, uma flor e o Amazonas, uma gota e o mar…
Embaraça-te comigo,
Faz cotão das minhas hormonas
Emaranha-te em mim, suicida-te no meu respirar, no ondular do peito,
Toca-me, profundamente, sem pudor, para lá da carne, da alma,
num local que é meu e teu, onde o tempo para, e tudo é paz, calma,
um local, amor, sim, um local execrável, para os demais, contudo,
centelha do meu abismo, para nós…
é subliminarmente per(feito)


🙌🏻Um poema a duas mãos, com o meu querido Carlos Palmito

13
Mar23

Sem querer


Foi sem querer que te quis, num pestanejar involuntário que nem dei conta. Querendo ou não, vieste em pontas dos pés fazer bailados no meu coração… embruxaste-o. Cantaste-me serenatas com a ponta da língua, soubeste balançar o teu corpo no meu. Os teus dedos tateavam-me a pele e os olhos magnetizavam-se nos meus.

Não podia, mas foi sem querer. Não queria, mas foi num fino querendo que te quis.

Levaste de mim a concentração, o autodomínio, levaste-me a coerência, a sanidade… Deixaste-me despida num mundo cheio de risos, desejos e dissabores.

Amargos foram os primeiros goles da paixão perfumada de ti, os seguintes passaram de doces a viciantes, maníacos, obcecados…

Era inflamável o desejo e fazia-se arder, nas sombras do meu ser, todo o sentimento que, sem querer, senti… por cada vez que fechava os olhos, era a tua imagem que aparecia na escuridão, assim, sem querer…

Era sem intenção que o pensamento pousava em ti, como uma agulha num gira discos de bossa nova e balançava-se por entre as brumas dos meus desejos e as colorações garridas do meu amor por ti.

A razão perguntava-me o que estava eu ali a fazer. O coração sabia a resposta, mas sem saber responder o amor cresceu orgânico, sem pedir explicações. E emaranhei-me no existir contigo, que já nem sei existir sem ti.

Foi sem querer que não consegui parar de te querer.

Incontrolável.

indomável.

irresistível.

Cruzámos-nos no caminho um do outro para nos podermos fascinar com o ambiente criado com tão pouco, mas com tanto de nós. Cruzámos-nos porque tínhamos de vivenciar isto, tínhamos de sentir o sabor de um amor que trata a liberdade por tu.

Queria fazer-te rotina…Mas não posso! Enquanto isso, faço-te memória, daquelas bonitas de guardar.

Foi sem querer te quis e foi sabendo que queria que te amei demais.

25
Dez22

Um desafio sobre espírito natalício


Estrangula-me o peito
A Saudade

Arde, em dor
Luzes por toda a parte
Os abraços
Aquecidos
Família
Onde estás tu?
Vazio
Escuro
Recordar
Amargo
Pranto salgado
Agridoce
Fazes-me falta!
Canela
Arroz doce
Natal desguarnecido
O teu riso
Promete continuar
Eterna saudade
Estrangula-me o peito

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• sobre espírito natalício, sobre família e saudade • sobre o luto, mas, maioritariamente, sobre amor •

———
👉🏻 um desafio porAna, a abelha - 52 semanas de 2022 - o espírito natalício

👉🏻 este texto estará também no blog da @valletibooks - REFLEXÕES

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