O paladar habitua-se
Até aos meus 26 anos não ligava nada ao tipo de comida que comia.
Comida pré-feita, congelados, os ingredientes mais baratos e mais fáceis de fazer, eram sempre a minha preferência.
Não lia rótulos e as quantidades de açúcar, hidratos não eram medidas tidas em conta.
Comprava alimentos pelo paladar fútil e fácil de saciar.
Comia conforme bel-prazer, independentemente de ser saudável, ou não. Apetecia-me, comia e assunto encerrado.
Depois de várias influências na minha vida e de ter tido a decência de ir a um nutricionista, dei-me conta e fui cobaia daquela expressão batida “somos o que comemos”, e... somos mesmo!
Passei a ler rótulos, a deixar alimentos de lado pela quantidade de açúcar, pela presença de E’s. Evito-os!
O meu paladar passou a entrar em regime, ele sim iniciou dieta. Porque fome nunca passei! Passei a comer muito mais e com maior qualidade. E as pupilas gustativas gritavam cada vez que substituía os lanches de leite com bolachas por ovos cozidos e frutos secos. Hoje, deixaram de gritar para fazer um ruído meio que abafado pela saúde que ganhei.
A energia sobre ingestão de kalorias vazias não era nada comparada à da nova alimentação.
Somos o que comemos, quando noto maior energia no corpo. Um corpo que absorve mais variedade de nutrientes e se sente revigorado. Até no humor.
Somos o que comemos, com um paladar que nos prega rasteiras. Pois, apesar de se habituar aos novos sabores, morre de amores pelos hábitos antigos.
Tento ser saudável mas se somos realmente o que comemos, também quero ser um bocadinho de chocolate ou umas batatinhas fritas!😋
O corpo é um investimento, assim como a saúde. Mas o prazer de saborear os ingredientes que fazem dançar, também é um investimento na felicidade.
Então, acredito que há que saber aplicar e racionar cada um dos investimentos. Pela saúde e pela felicidade do paladar!
Aquele que, facilmente, se acostuma.
Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_