O meu saber dançar
Há ritmos que nos fazem contorcer o corpo. Há músicas que nos conseguem aquecer a alma e fazer gingar as ancas. Aquele swing no corpo, num corpo cheio de cadência e cores garridas. Sou desse tipo.
Descobri este jeito em miúda. Num grupo com as minhas amigas. Víamos o Michael Jackson em loop na tentativa de o conseguir imitar. Dançávamos bem, cheias de energia e sorrisos, as bochechas abanavam bastante cada vez que saltávamos. Chamavam-nos, em tom de ternura, a brigada nestum com mel. Éramos rechonchudas mas dançávamos com afinco e mel! Muito mel!
Ainda tomei a coisa mais séria e tornei-me parte de um grupo que ainda hoje trago no coração, com grandes amizades. A dança, realmente, tem esta sabedoria de aproximar pessoas pelos ritmos que atravessam os corpos.
Hoje, danço em casa, enquanto cozinho, enquanto estou nas lides da limpeza, no carro, mas sempre que oiço um bom ritmo lembro-me do quão gostaria de o partilhar, num bom momento de swing, com as minhas meninas. Num momento em que os nossos corpos se contorcem de tão prazeroso que o ritmo é, com os rostos franzidos de tanto sentir e um sorriso malandro, só pelo gozo que dá.
No que toca ao meu saber dançar, são elas as minhas cúmplices!
Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_