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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

15
Ago20

A catarina


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Catarina, nome de princesa. Vivia de vestidos, mimos, bonecas e vestia-se de Amor.

Olhos amendoados, pele macia e um queixo bem vincado. Era envergonhada, mas destemida, a catarina tem nome de princesa e vestidos de xadrez.

Cresceu, tão juntinha a mim, destemida, cresceu e eu nem dei conta. Daquelas companhias para a vida, juntinha a mim, absorveu tudo o que era coragem, ousadia e levou a rebeldia debaixo da língua, como quem guarda cartas na manga. A valentia, essa, levou-a no bolso, para qualquer eventualidade.

Ela, com nome de princesa, é agora a mulher mais audaz que conheço. Encharcou-se em dignidade que fez dela um ser único, a consciência, ela bebeu-a de penálti, só para saber sê-lo em toda a sua plenitude.

Vive na sombra de um pai conservador, que queria uma filha singela. Pelo meio dos conflitos de amor, do pai ela soube que a liberdade tem um preço, o preço, que por entre os valores morais aprendidos, lhe custou a honestidade. Aprendeu tudo isto com o pai, da maneira mais difícil. A catarina com nome de princesa, é honesta mas danada nos anos da adolescência!

A mãe dá-lhe goles de sobrevivência, só para lhe sacar os sorrisos, quer ve-la viver a vida, na aspiração de ser a sua melhor amiga leal e para a eternidade.

Mas a Catarina vive de sorrisos fáceis, tão fáceis que se lhe criaram covinhas à entrada de cada sorriso. Numa harmonia que enche qualquer sala, às vezes, desejo ser como ela, mesmo sendo ela o espelho do que eu sou.

Sinto que lhe dei um ventilador de auto-confiança, tive essa oportunidade de lhe tocar o carácter. Pressinto que também lhe dei a língua afiada. A sua espontaneidade fá-la parecer jovem, mas tem uma cabecinha ajuizada.

A Catarina é de festas, gargalhadas e música para os ouvidos. Faz falta em qualquer casa, pela presença irreverente e atrevida.

Obstinada por querer ser alguém, diz tudo como os malucos, enquanto inala uma segurança tal que faz estremecer qualquer um.

Insubordinada, deixou os vestidos de xadrez para se vestir de honra. A Catarina já não é mais uma princesa, mas o sangue da nobreza ainda lhe aviva os cantos do ser.

04
Ago20

4 irmãos


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Dos mesmos progenitores nasceram 2. Dois fisicamente parecidos e bem parecidos, diga-se.

Com 2 anos de diferença, são como unha e carne. Personalidades marcadas, mas tão distintas como água e azeite. No amor, dão-se bem, num amor que lhes vem da medula óssea e percorre-lhes a pele, num tom moreno, cheio de melanina. Não sabem ser, nem estar sozinhos, a vida não lhe ensinou assim. Sempre se tiveram um ao outro e nem a imaginação consegue atingir qualquer outro estado, se não o de por eles acompanhados.

Depois veio mais 1, só da parte materna. Fisicamente parecido com a mãe, loiro de olhos verdes. Mais introvertido, mas de um humor peculiar. Cresceu com os dois mais velhos, viveu as experiências uns quantos anos acima. De histórias reservadas, segue religiosamente o exemplo dos mais velhos, como princípio.

Os 3 desportistas, apaixonados pelo futebol. Vivem vitórias, como quem se alimenta de troféus, como quem vive de glória em glória.

Cheios de histórias da infância vividas em conjunto, contadas com as gargalhadas na ponta da língua, vivências que duram uma noite inteira de conversa, com uns copos na mão e petiscos na outra. Histórias que entretém e enternecem qualquer um, de tanta cumplicidade, de tanto caminho percorrido a 2, outras vezes a 3.

Ainda existe um 4.º, o mais novo, agora da parte do pai. Mais inibido, gaiato e maroto. Travesso, mas sem jeito para o futebol.

Este último, anseia por fazer parte, num jogo de imitações e piadas que só a ele lhe pertencem. À maneira dele, tem a sua forma de estar e de ser respeitada pelos mais velhos, numa junção de testosterona de várias gerações.

No fim das contas são 4, 4 irmãos unidos pela robustez de uma família com valores sólidos. Famílias grandes, com folia no convívio e sorrisos gigantes.

Dá gosto.

São 4 e alheios à vida dos outros, vivem cada um a sua, devotadamente entrelaçados em cada uma delas.

Irmãos cheios de histórias para contar, cheios de piada e carisma. Falam-se de formas abruptas, mas francas. De uma franqueza que dói, que tem de tão real, como de natural. Pouco falam deste amor a 4, porque não precisam de falar nele. O que é verdadeiramente sentido não se obriga a ser expressado, de tão exposto que é. A 4, num amor quase palpável.

 

Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_

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