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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

24
Ago23

Meu querido mês de agosto


Meu querido mês de agosto,

Sempre foste eloquente, aprazerado, vivaz! Brônzeas as minhas pessoas preferidas e, piscas-me o olho, porque, pesado numa balança, possuis tanto de comprimento, como de encantador!

 

Este ano caiu-te a máscara e foste o ladrão da minha paz. O calor abrasou-me e os fogos que por ti deflagraram… um insulto à mãe natureza!

No teu caminhar, defraudaste-me o movimento, um crescer enérgico tapou-me a vista para os dedos dos pés.

Hajam medos!

 

Mas continuas vigoroso, espontâneo e simples… A dar-me extemporâneos sorrisos!

Meu querido mês de agosto,

Continuas a ser o mês que mais gosto!

👉 um desafio do clube de leitura de Analita Santos 

23
Ago23

Versos da Terra: A Jornada da Filha da Natureza


Sinto o frio percorrer-me desde o calcanhar às pontas dos dedos dos pés,
Cheira a terra molhada!
Um verde intenso, faz-me sorrir pela magia que se inspira por entre as árvores antigas

De mim exalam perfumes de eras remotas, as cores sabem a algodão-doce, a caramelo, aos nenúfares dos lagos nos quais a vejo entrar.
Permito que se banhe, envergando o fato que os seus pais lhe deram à nascença… a pele é leite, os cabelos uma floresta, os olhos, de uma criança que pisa este meu mundo pela primeira vez.

Nada me mete medo, sou filha da terra e os meus pés sabem o caminho para o seu coração.
O mistério conduz-me ao verde intenso, de sons extraordinários e uma escuridão que não amedronta, mas que afronta.
Trago a coragem ao peito e a rebeldia debaixo dos caracóis infantis… sou filha da terra!

Conduzo-a numa valsa, a dança entre a natureza e a beleza, torno-a rainha deste lar que sou eu, desta casa na qual a permito entrar.
As ervas roçam-lhe os tornozelos, afavelmente… nos troncos existem colmeias de mel, criadas no inicio dos tempos, mel com que a sacio, com que a deleito… os musgos são a frescura, as sombras um jogo… ao longe, aranhas tecem camas de embalar… para ela, a minha floresta trabalha, como um príncipe encantado cavalgando um alazão em direção à paixão.

 

👉 poema a duas mãos com Carlos Palmito 

 

11
Ago23

Eu deixo-te chorar


Eu deixo-te chorar,

enquanto a saudade te inunda o corpo.

Deixo que o silêncio te faça perder nas memórias que vivem em ti, nas palavras que tens para lhe dizer.

Acredito que precises de conversar com ele, têm muita conversa para pôr em dia.

Por cada lágrima que deixas cair sei que te aproximas dele, à medida que lavas a alma dos silêncios intermitentes que lhe fizeste.

Ele vive em ti!

Este é só o momento em que te aconchegas e sintonizas a tua energia com a dele que, de certeza e sendo testemunha do amor dele por ti, já existe à tua volta.

Sofres na sua ausência e sofres porque te dói imaginar um futuro em que ele não está.

Expressaste pouco acerca desta dor que conquistou um lugar à mesa nesse coração largo que trazes dentro do peito. Ambos sabemos que não precisas de falar sobre ela, mas sei o quanto respiras em dor debaixo da pele.

Por isso, eu deixo-te chorar…

11
Jul23

Sobrevoar Lisboa


Sinto uma enorme pressão no cocuruto, sempre odiei as descolagens graças a esta bizarra sensação de aperto da cabeça às nádegas. Decido distrair-me com a janela e apreciar a paisagem. Vejo as margens do rio unidas pela ponte, que harmoniosa que é, com as suas cores de tijolo aos losangos imponentes sobre a água. Admiro-os melhor por cada vez que o avião muda a direção para se alinhar rumo ao destino. 

Da baixa lisboeta ergue-se a cidade nas encostas feitas de história como tantas que vivenciei, talvez com um pouco de álcool a mais no sangue. Passa-me um frio arrepiante pela pele, desligo o ar condicionado e volto-me novamente para sentir Lisboa. A torre de Belém e o Castelo de São Jorge são os monumentos onde escolho pousar o olhar. Grandiosos monumentos em pedra soberbamente construídos ali há tantos anos atrás, com um propósito que não é o mesmo de hoje. Ao fundo observo a serra de Sintra e vêm-me à memória os cheiros da minha infância. O musgo húmido e o cheiro a terra molhada fazem-me recordar o caminho até à vida adulta que, forçosamente, me deu acesso direto a este lugar confortável onde vou sentada agora. Já na trajetória certa, vejo toda a costa e o mar cheio de espuma resultante da sua tormenta. Em instantes, a espuma passa a ser um fino fio branco bem lá em baixo e as nuvens começam a surgir, tornando-se numa camada cinzenta quase opaca. Lisboa está triste, não pelo nevoeiro, mas pela minha partida!

——
👉 Um desafio do curso de escrita criativa de @analitaalvesdossantos

 

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