Um abecedário, uma história
A Bárbara comia das enormes fajitas gulosas habituais. Inquieta, jamais levaria mostarda no onírico paladar que regozijava.
Sem temer, usufruiu.
Vigente, xexé, zelosa!
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A Bárbara comia das enormes fajitas gulosas habituais. Inquieta, jamais levaria mostarda no onírico paladar que regozijava.
Sem temer, usufruiu.
Vigente, xexé, zelosa!
“Tens de…” é exatamente como começam as frases dos valentes, dos donos das verdades absolutas, dos experientes.
“Tens de ter uma casa”, “tens de ter um filho”, “tens de o pôr a dormir no berço”, “tens de o habituar a…”, “tens de…” blá blá blá, “mas o que tens mesmo de fazer é” mascarar a tua vulnerabilidade, deixares de ser trémulo, porque a autoconfiança é que te vai fazer ser alguém.
Ah, somos ninguém, então?
Seremos ninguém se não fizermos nada destes “tens de”? Seremos ninguém se não correspondermos às expectativas dos outros?
Não creio.
Somos metades de tantas coisas que nos pintam a íris e a pele. Tens, sim, de saber ouvir a melodia da terra que gira e não é pelo vento, tens, sim, de sentir o crescer das árvores que revelam segredos que quem vai com pressa se impede de perceber, essa é a grande magia de existir. E saber lidar com os dois sóis que nascem, um no horizonte, outro por entre as costelas do peito, é tão difícil quanto prazeroso.
Mesmo assim, cospem-se frases imperativas ao desbarato, como se abraçar as nossas imperfeições fosse descabido. Tens de trazer no atrelado a tolerância e só uma xícara não chega!
São “tens de” repleto de mandamentos que nos moldam à suposta perfeição, mas que só sufocam. A busca pela perfeição é uma armadilha, que nos prende a um ciclo interminável de insatisfação e ansiedade. Tens de comer de garfo e faca estas supostas obrigações e engolir, sem mastigar. Verás que os cagarás exatamente como entraram! Porque no fim, a vida não se mede pelos padrões impostos, mas pela autencidade em que se vive.
Raios partam!
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