Utopia de nós
Num reino de emoções etéreas, onde o amor dança na fronteira entre sonho e realidade. Somos o mesmo. Somos o eu, tu, nós, vós, somos eles. Somos um. Um coadunado. Ligado, contíguo, pegado.
Afora a carne, a matéria, o real.
Somos ficção.
Reinado das fantasias não consumadas, cantam-se as vontades, quase a tocarmos o amor ideal.
Entre sonhos, mastigamos prazeres não construídos, palpamos corpo que não sentimos. Somos fingidos no mundo real, que tantas vezes finge.
Existimos na imaginação, nos ideais que não existem. Quero-te abstrato, intangível! O teu perfume com cheiro ao vento de uma tempestade tropical, o teu toque almofadado de tons azul céu, a tua voz mole com sabor a chocolate quente, bem aquecido… Quero isso tudo, que nada é, a não ser encanto!
Tanto! Tanto!
Engolir-te num trago doce, cheio de tudo o que nasceu de mim… por ti. Esfregar-me no manto de uma saudade inventada, aromatizada pelas melodias da tua pele.
És labareda, intensa, que me ateia este coração sem abrigo. És os raios de sol, a maresia, a felicidade que mora no meu sorriso.
Vamos sem fronteiras… amarmo-nos!
Vamos sem limites… amarmo-nos!
Mesmo quando todos os limites forem fronteiras e todas as fronteiras chegarem aos limites… Amarmo-nos!
Entre os sonhos irreais e a realidade ilusória… bem no meio desta utopia, amar-te-ei em fábulas escritas pelo meu coração tão franco.