Na penumbra do desconhecido, onde sombras dançam como versos, inicio este poema.
Sapateio ao som balanceado de um tempo que não sei se quero,
Se me engano, se me boicoto.
Dilema!
Amadureci ao compasso da Oliveira
Vi dias e noites e noites e dias
No cimo da resiliência
Tempo remoto…
Entre luzes e escuridões procuro-me e não me encontro,
mesmo no meio deste poema.
Sou uma flor sem pétalas,
Um pássaro sem penas,
Uma árvore sem folhas,
Sou terra, apenas.
Um céu sem estrelas,
Um deserto sem areia.
Sou cicatrizes e
Sou sequelas.
Das sombras nasce luz,
Na minha luz caíram sombras
Onde as memórias são favelas.
As luzes de mim se lançam
Pardacentas, águas bentas bafientas, cinzentas
Sujas pelas dores dos espinhos de rosas brancas.
Passo tempos na escuridão olhando pela única nesga que deixo aberta
O sol que de mim nasce e em mim se põe
Quero a liberdade, tudo o que é leve, livre, liberta!
Por essa nesga procuro a minha luz,
A certa!
A vida é um plantio,
Tanto se dá, como se tira!
Tanto escurece como clareia
Tanto é verdade como mentira
Tanto é lavradio como é apenas areia…
👉 Um desafio de escrita prescrito pelo meu grande amigo e escritor Carlos Palmito!