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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

16
Dez22

Entre copos de vinho


Rodeada de amigos, bebo mais um gole deste vinho que escolhi da carta. Um vinho do Douro, normalmente são os vinhos do Alentejo que mexem com as minhas papilas gustativas. Hoje optei pelas uvas do norte, para me fazerem lembrar dos tempos das longas chuvas, cheiro a lareiras e o verde dos vales.

Não trocaria este momento, inundado de laços que fazem tréguas com a ansiedade rotineira. São os sorrisos que me trazem serenidade, as gargalhadas atabalhoadas por entre os fumos de vozes barulhentas que pairam no ar.

A cada gole sinto a paz merecida após mais um dia de luta pela excelência. Uma luta que só conhecerá o seu final no leito da morte, um esforço, quase competitivo comigo própria, por ser mais e melhor. É a justiça que me faz bem, este sentimento credor que me devolve a tranquilidade aos finais de tarde, outras vezes, até pela manhã.

Mais um gole e a vida torna-se leve, sorridente e alegre. E, é nesta leveza, que gosto de estender o corpo cansado do trabalho físico e emocional, numa cama quente e macia. Deixo-me ir nos sonhos por detrás de dois olhos que já viram muito, mas que não perdem a esperança. Que já choraram muito, no entanto a fé não escorreu pelas faces.

Outro e outro gole neste vinho embargado de uma vida agridoce e um coração que desacelerou, no tempo dos ponteiros que marcam os passos à velocidade do meu fado. Coração que vive cansado, sem se privar do amor, quer o próprio, quer pelos demais.

Entre os dedos seguro, avidamente, este copo de vinho. Os mesmos dedos que se deleitam nas artes a que me proponho fazer. Ah, que feliz sou com os dedos firmes no copo ou esborratados de tinta! Eles que, tal como o coração que ecoa na caixa torácica, edificam a minha capacidade de criar, de curar e, com ou sem copo na mão, de continuar a amar…

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Um desafio da Ana D., desafios da abelha- As 5 coisas que me fazem bem

16
Dez22

ANOMALIA


Ficar onde não pertencemos,

Entulhar coisas e gente em nós

Ao mesmo tempo que nos sentimos sós.

Desaprendendo a voar, com tamanha opressão,

É viver com a pele, mas sem o coração.

 

Forrado, na camuflagem, sigo

Sei o que sou, aqui debaixo

O que os outros veem é só mais um rosto

Que se alinhou ao mesmo eixo

 

Não existe pausa no ser em sociedade

Não existe pausa para a realidade

A vida corre rua acima

Exalamos, em bafos crus, a verdade.

 

Não pertenço aqui,

Neste canil de imitações

Obrigados ao mesmo uniforme

Escondemos pensamentos e reprimimos emoções.

 

Legam este sentimento de inclusão,

Dão-nos circo, flores, água e pão.

Mas, se a nossa verdade entrar em dicotomia,

A sociedade expurga-nos como se fôssemos epidemia.

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