O barman
Lá vem ela pedir novamente o seu vodka gingerel com aqueles olhos castanhos escuros expressivos, a condizer com a sua alegria contagiante e o sorriso que a acompanha para todo o lado.
Tem um humor característico, que segue todas as suas deixas, carregando o ar com um aroma nectarino de brincadeira.
Uma inocência que gosto de voltar a sentir, por tão transparente que é, tanto consigo ver o entusiasmo, como consigo sentir-lhe a amargura.
Gosta de sabores ácidos, mas aparenta uma alma tão doce, como se vivesse com uma criança dentro.
Talvez os sabores fortes, intensos a álcool, façam pandã com a sua personalidade vincada, de pêlo na venta, tal qual como o nariz arrebitado que se alteia cada vez que fala, para atestar a sua altivez e descortesia.
O cabelo volumoso, de caracóis rebeldes, revelam a sua independência e os lábios carnudos, a sua sensualidade.
Cada vez que a sirvo sinto uma energia carismática, tão atrativa, que é impossível resistir-lhe e não me deixar pousar-lhe o olhar por uns segundos.
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👉🏻 um desafio proposto porCarlos Palmito, meu amigo e excelente escritor. Entre 100 a 200 palavras, descrever, sob a perspetiva de um barman, a minha pessoa, depois de lhe pedir uma bebida.