#reflexão, até sempre Avó
Hoje a história que vos trago não é feliz. Porque não somos felizes sempre, não temos de sorrir sempre, nem tão pouco ser a nossa versão mais positiva.
A vida é cíclica e, se há coisa que sabemos, é que nascemos com uma morte destinada. E vivemos… ignorando a única verdade que temos como certa.
Hoje a história que vos trago, ao contrário de todas as que são feitas por aí, é triste. No meu coração é, verdadeiramente, triste. Cresci de braço dado com esta linda e castiça Senhora, minha avó. Fez-me tantas, mas tantas vezes feliz e, sabem? (Sussurro) Eu acreditava que ela nunca ia morrer, mesmo sabendo que era mentira. O que não vale viver com a crença de que tudo é fácil e mágico? Hoje, a história que vos trago é, na verdade, um conto. Só não é de fadas! Porque a vida, às vezes, dá muito, muito nó, fica toda emaranhada, ao ponto de respirarmos em dor e, não! Não é feliz! Não somos felizes sempre! Se fôssemos felizes sempre, éramos todos uns tolinhos, ignorantes e pouco estimulados.
O conto que vos trago é sobre dor, da mais lancinante que possam sentir. Da perda. A vários níveis… quase uma perda de identidade. De ir perdendo cacos pelo caminho, voltar atrás para os apanhar e já não os encontrar. E sabem? Não tenho de os encontrar, tenho de os reconstruir. Pois sendo a vida cíclica, uma partes morrem, para outras poderem nascer.
E, hoje, se há cacos que guardo, são os que têm pedaços de ti. Porque tu morreste, mas viverás sempre em mim.
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#precisavaescrever