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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

25
Dez21

Que cor tem o Natal?, por Carlos Palmito


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Resquícios do tema:

“Que cor tem o Natal?”

.

O Natal, que dizer sobre esta tão especial data, posso falar da azáfama, das compras, das culinárias e pinheiros, adornos a fitas e bolas, luzes e estrelas… a simulação de neve em algodão e presépios.

A dar-lhe cor, acredito plenamente que tenha todas as cores do universo e mais algumas, acredito que sim, contudo existe quem as não veja, eu incluído.

O meu Natal não tem cores, não tem presépios e nem sequer pinheiros, não tem bombons nem jingle bells, o meu perdeu o brilho, perdeu há algum tempo, desvaneceu-se, as cores que o pintavam diluíram-se e dissiparam-se, e eu permiti, pois nem me apercebi de tal estar a acontecer.

Não foi abrupto, não foi vertiginoso, foi a pouco e pouco.

Se me perguntarem porquê, duvido que saiba responder.

Se odeio o Natal?

Não, não o odeio, nem posso odiar, o que odeio é o fato de não lhe conseguir vislumbrar alegria, de não ver as prendas sob a árvore, não querer a missa do galo, de o contemplar como apenas mais um dia.

Assim sendo, o meu não tem cores, não tem cores de alegria, mas também não tem as de perdição… é um vazio apenas, a ausência total de pigmentação.

A que cheira um Natal?

A carne assada e bolos, a bacalhau e couves, bombons e filhoses, perfumes e risos… sim, que os risos também têm odor…

Já para mim, os odores estão lá, sei que estão, sinto-os à minha volta, mas não lhes consigo tocar.

Sabes, sinto tristeza no Natal, e nem consigo definir de onde, mas sinto um aperto no peito em todo e qualquer Natal, sinto que talvez não o mereça, sinto-me a cair num vácuo sem fim, apetece-me simplesmente enfiar a cabeça na almofada e ficar lá, naquela agonia, apenas eu e a dor… e chorar.

Porquê?

Não sei.

.

Por: Carlos Palmito, autor do Blog “Gritos mudos no silêncio das palavras” 

 

⭐️ Apesar de ser apaixonada pelo Natal e toda esta época de festas, achei relevante partilhar um Natal que não tem cor, despigmentado, pelas palavras do meu amigo e grande escritor Carlos Palmito. Porque não condizer com o espírito natalício, também é ok!

 

P.S- E como o Natal do Carlos tem pouca luz, eu vim dedicar-lhe este post e tentar pintar-lhe um sorriso colorido no rosto.

 

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