Na intimidade
Intimidade, quando nos despimos e ficamos a sós com a nossa pele, com o corpo. Intimidade de poder espreitar a pele e corpo do outro, sem julgamentos ou preconceitos.
E gostamos de nos perder na pele dos outros. Nos corpos dos outros. Numa intimidade tão peculiar, tão única de corpo em corpo. Como se cada corpo fosse uma história, criamos história em cada pele. De intimidades diferentes, com cheiros e sabores próprios.
E o prazer que é pele na tua pele?
Atrevo me a dizer que o q dá prazer é o sexo, mas ainda mais prazer dá o sexo com intimidade. Porque é na intimidade que assumimos as mais variadas personagens, satisfazemos fetiches possuídos pelos animais que vivem em nós, que fazem parte do mais obscuro e selvagem de nós.
No sexo, somos da nossa real natureza. Na intimidade, misturamos essa natureza com as sensações arco-íris que vêm do coração. Atrevo-me a dizer que a intimidade dá prazer, se formos animais de coração na boca e paixão no olhar. Atrevo-me a dizer que o sexo sem a intimidade de nada vale, a não ser para satisfazer necessidades carnais. A intimidade vem adornar a carne, dar-lhe o sal e a pimenta, para se comer tenra e com mais sabor.
A intimidade vem decorar os contornos dos corpos, descobrir o que faz arrepiar a pele e, mesmo sem maneiras, lambuzar os prazeres escondidos nos vários lábios imorais e extensões voluptuosas que compõe o nosso ser.