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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

21
Ago20

A história de um lago


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Era uma vez um lago que servia de casa a alguns animais.

Uma casa grande com uma ponte, fetos, pedras e nenúfares.

No lago viviam rãs, que treinavam as suas vozes durante a noite, dando música a quem os queria ouvir.

No lago viviam também lagostins, já viveram peixes, se bem que agora não tenho visto nenhuns...

A minha mãe criou a D. Ilda em casa, uma tartaruga cheia de requintes, pança cheia e sempre com os melhores tratos. Quando ela atingiu a idade adulta, deu-lhe o lago, como o maior presente que qualquer tartaruga gostaria de ter.

Facilmente a D. Ilda se adaptou ao novo lar. Adora esconder-se debaixo dos nenúfares e parece-me fazer amigos e inimigos também. Portanto, dá-se bem na sua nova casa.

Vim ver a D. Ilda, enquanto estava de férias.

A D. Ilda tem estado a ser bem alimentada! Diariamente, com grandes doses de granulado, como se fazem aos cães. Já a vi escondida perto da ponte mas, ela fugiu para debaixo da planta flutuadora, onde ela gosta de estar! Entretanto, já comeu mais um lagostim... mas, as rãs também podem ser as culpadas do desaparecimento dos pobres coitados. Não sei se elas gostam de lagostim para o jantar, mas a D. Ilda parece gostar!

Era uma vez um lago, onde agora vive a D. Ilda.

15
Ago20

A catarina


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Catarina, nome de princesa. Vivia de vestidos, mimos, bonecas e vestia-se de Amor.

Olhos amendoados, pele macia e um queixo bem vincado. Era envergonhada, mas destemida, a catarina tem nome de princesa e vestidos de xadrez.

Cresceu, tão juntinha a mim, destemida, cresceu e eu nem dei conta. Daquelas companhias para a vida, juntinha a mim, absorveu tudo o que era coragem, ousadia e levou a rebeldia debaixo da língua, como quem guarda cartas na manga. A valentia, essa, levou-a no bolso, para qualquer eventualidade.

Ela, com nome de princesa, é agora a mulher mais audaz que conheço. Encharcou-se em dignidade que fez dela um ser único, a consciência, ela bebeu-a de penálti, só para saber sê-lo em toda a sua plenitude.

Vive na sombra de um pai conservador, que queria uma filha singela. Pelo meio dos conflitos de amor, do pai ela soube que a liberdade tem um preço, o preço, que por entre os valores morais aprendidos, lhe custou a honestidade. Aprendeu tudo isto com o pai, da maneira mais difícil. A catarina com nome de princesa, é honesta mas danada nos anos da adolescência!

A mãe dá-lhe goles de sobrevivência, só para lhe sacar os sorrisos, quer ve-la viver a vida, na aspiração de ser a sua melhor amiga leal e para a eternidade.

Mas a Catarina vive de sorrisos fáceis, tão fáceis que se lhe criaram covinhas à entrada de cada sorriso. Numa harmonia que enche qualquer sala, às vezes, desejo ser como ela, mesmo sendo ela o espelho do que eu sou.

Sinto que lhe dei um ventilador de auto-confiança, tive essa oportunidade de lhe tocar o carácter. Pressinto que também lhe dei a língua afiada. A sua espontaneidade fá-la parecer jovem, mas tem uma cabecinha ajuizada.

A Catarina é de festas, gargalhadas e música para os ouvidos. Faz falta em qualquer casa, pela presença irreverente e atrevida.

Obstinada por querer ser alguém, diz tudo como os malucos, enquanto inala uma segurança tal que faz estremecer qualquer um.

Insubordinada, deixou os vestidos de xadrez para se vestir de honra. A Catarina já não é mais uma princesa, mas o sangue da nobreza ainda lhe aviva os cantos do ser.

12
Ago20

O paladar habitua-se


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Até aos meus 26 anos não ligava nada ao tipo de comida que comia.
Comida pré-feita, congelados, os ingredientes mais baratos e mais fáceis de fazer, eram sempre a minha preferência.
Não lia rótulos e as quantidades de açúcar, hidratos não eram medidas tidas em conta.
Comprava alimentos pelo paladar fútil e fácil de saciar.
Comia conforme bel-prazer, independentemente de ser saudável, ou não. Apetecia-me, comia e assunto encerrado.
Depois de várias influências na minha vida e de ter tido a decência de ir a um nutricionista, dei-me conta e fui cobaia daquela expressão batida “somos o que comemos”, e... somos mesmo!
Passei a ler rótulos, a deixar alimentos de lado pela quantidade de açúcar, pela presença de E’s. Evito-os!
O meu paladar passou a entrar em regime, ele sim iniciou dieta. Porque fome nunca passei! Passei a comer muito mais e com maior qualidade. E as pupilas gustativas gritavam cada vez que substituía os lanches de leite com bolachas por ovos cozidos e frutos secos. Hoje, deixaram de gritar para fazer um ruído meio que abafado pela saúde que ganhei.
A energia sobre ingestão de kalorias vazias não era nada comparada à da nova alimentação.
Somos o que comemos, quando noto maior energia no corpo. Um corpo que absorve mais variedade de nutrientes e se sente revigorado. Até no humor.
Somos o que comemos, com um paladar que nos prega rasteiras. Pois, apesar de se habituar aos novos sabores, morre de amores pelos hábitos antigos.
Tento ser saudável mas se somos realmente o que comemos, também quero ser um bocadinho de chocolate ou umas batatinhas fritas!😋
O corpo é um investimento, assim como a saúde. Mas o prazer de saborear os ingredientes que fazem dançar, também é um investimento na felicidade.
Então, acredito que há que saber aplicar e racionar cada um dos investimentos. Pela saúde e pela felicidade do paladar!
Aquele que, facilmente, se acostuma.

Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_

07
Ago20

O Avô Alberto


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Não gosto de falar na morte,
nem penso muito nela.
Porque os vivos tem a sorte
De ter a vida numa paralela.

Vivemos das recordações,
Amor, paz e saudade.
Temos os mortos nos corações,
E os restos mortais na dignidade.

Em campas ou jazigos,
Lugares por esse planeta.
Estão parentes e amigos,
Mas o avó Alberto ficou na gaveta.

Coitado do avó Alberto,
De quem a família pagou hipotecas
Para ficar guardado decerto
Como quem guarda as cuecas.

Mas recordamos com amor,
Os nossos entrequeridos.
Até na morte, com primor
Guardamos os ossos repartidos.

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