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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

17
Jul20

O meu saber dançar


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Há ritmos que nos fazem contorcer o corpo. Há músicas que nos conseguem aquecer a alma e fazer gingar as ancas. Aquele swing no corpo, num corpo cheio de cadência e cores garridas. Sou desse tipo.

Descobri este jeito em miúda. Num grupo com as minhas amigas. Víamos o Michael Jackson em loop na tentativa de o conseguir imitar. Dançávamos bem, cheias de energia e sorrisos, as bochechas abanavam bastante cada vez que saltávamos. Chamavam-nos, em tom de ternura, a brigada nestum com mel. Éramos rechonchudas mas dançávamos com afinco e mel! Muito mel!

Ainda tomei a coisa mais séria e tornei-me parte de um grupo que ainda hoje trago no coração, com grandes amizades.  A dança, realmente, tem esta sabedoria de aproximar pessoas pelos ritmos que atravessam os corpos.

Hoje, danço em casa, enquanto cozinho, enquanto estou nas lides da limpeza, no carro, mas sempre que oiço um bom ritmo lembro-me do quão gostaria de o partilhar, num bom momento de swing, com as minhas meninas. Num momento em que os nossos corpos se contorcem de tão prazeroso que o ritmo é, com os rostos franzidos de tanto sentir e um sorriso malandro, só pelo gozo que dá.

No que toca ao meu saber dançar, são elas as minhas cúmplices!

 

Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_

16
Jul20

Novas modas - COVID-19


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Se dantes entre corredores, saídas e telefonemas, se falava sobre a meteorologia, hoje em dia a conversa é outra.

Já ninguém quer saber da meteorologia quando há um bicho à solta lá fora a infernizar-nos a vida.

- A meteorologia foi substituída pela típica pergunta: “estás em lay-off?”. Total, parcial, nunca eu pensei ouvir tanto esta palavra (bom claro, a seguir a “Covid”, essa ficou para top dos tops deste ano). “Estás de lay-off?”, (existem estas duas vertentes - estar EM ou estar DE ...) mas, que na cabeça de quem pergunta significa “então, por aqui? Estás de férias?”.
Achava eu que o lay-off era alguma coisa relacionada com um design qualquer da malta da tecnologia, algo assim. Ainda cheguei a dizer lay-out, notem a minha ignorância. Hoje, percebo mais de lay-off do que da factura detalhada da luz cá de casa.

- A típica frase, antes de sair de casa “traz as chaves”, foi também ultrapassada pela “traz a máscara”. Noutros tempos, se ouvíssemos alguém dizer isto era porque estávamos no carnaval. O que é certo é que 2020 se tem demonstrado mesmo carnavalesco. A covid continua a desfilar pelas praças, enquanto esfrega o rabo nas nossas caras (desculpem, nas nossas máscaras) e nós arregalamos-lhe os olhos de medo. Ainda assim, corroboramos com isto cada vez que gastamos € a comprar uma máscara “linda” com um padrão “top”. Aí é que a covid fica boquiaberto. Ela a querer fazer-nos sofrer, mas nós, damos um beijinho no ombro, fazemos da máscara ambientador no retrovisor do carro e seguimos belas, com a nossa máscara padrão de leopardo às bolinhas vermelhas.

Novas modas!

- O sorriso substituído por um pedaço de pano/papel/tnt/filtro à frente do nariz e boca. E... deste custa-me falar. Adoro sorrisos, risos altos, línguas de fora... e só ver olhos dá-me arrepios. Fico nervosa quando quero fazer uma piada com a máscara - ninguém me vai entender, ninguém vai ver o meu sorriso. Ou melhor, ninguém me vai ouvir!! Ui, passamos todos a falar com mais 4 ou 5 decibéis a cima. Ora, se retirar-mos a leitura labial, com mais 2 (às vezes 3) camadas de tecido à frente da boca, quem nos vai ouvir? Parecemos doentes apáticos, sem expressão, de cada vez que vamos às compras, de cada vez que entramos num café... enfim, meio Zombies cambaleantes doentes.

- Os cumprimentos passaram da boca-bochecha a cotovelo-cotovelo. E não é que agora toda a gente põe os cotovelos em todo o lado? Pancadinha de cotovelo para cumprimentar o amigo, cotovelo para acender a luz, cotovelo para carregar no botão do elevador, cotovelo para empurrar a porta. Ao final do dia, temos os cotovelos cobertos de Covid e nunca ninguém nos ensinou como se ensaboa muito muito bem os cotovelos (técnica válida apenas para as mãos?).

- Se alguém tosse ou espirra “Olha aí a Covid!” Então e o “saúde? Santinho?” Ficaram onde? (E um à parte, também espirramos e tossimos para o cotovelo - coitado - o perigo passou das mãos para a articulação acima.)

Ja não basta nas notícias não se falar de outra coisa, a amedrontar-nos, para agora, cada vez que soltamos ar forçado pela boca, nos tenham de relembrar que podemos ter covid? Já não há a gentileza de trazer um lencinho e dizer “Saúde, minha rica filha!”

- Somos 11. Não, não somos 11. Não podemos ser 11. E reunir assim 11 amigos é tão fácil e faz-nos tão bem. Somos 10, 10 já dá? Levaram-nos os ajuntamentos de amor, da amizade, da galhofa. Receamos até o familiar mais próximo, quando só lhe queríamos dar um abraço e um beijo bem asséptico. E a vida é curta, ainda mais curta se torna quando a vida só dura até as 20h, com o devido distanciamento social dos que nos fazem rir, dos que nos aquecem o coração.


A covid realmente levou-nos muita coisa... Coisas que secalhar nem dávamos a devida importância. Agora, por muito que tudo nos custe, temos de nos aguentar!

Mas atenção, o bicho anda aí, tomem todas as precauções. Isto foram apenas os desabafos de alguém que quer voltar a Viver com V grande.

E vocês? Que modas novas identificam?

 

Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_

09
Jul20

Eu cá, ele lá


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Ambos a escrever no mesmo idioma
Com a distância de mais de 7 mil kilometros
Entre dialetos e sotaques se diferenciam
A cultura é similar, pois seu país me descobriu
E deixou no Brasil um pouco de Portugal.
Um lugar que amo turistar e me sinto em casa
Entre os nomes de ruas, os azulejos tão tradicionais
Mas confesso que o bacalhau por lá não tem igual.
.

.
Um sotaque carregado de S’s
Onde as vozes falam alto
e as mãos estão na cintura
Escrevemos de dois pontos distintos do globo
Rodeados de mar, música e cultura.
Eu cá, ele lá
No mesmo idioma, com expressões diferentes.
Somos ambos filhos do mundo
E na poesia somos parentes.

Por Marcel Lozano - @um_poema_todo_o_dia__
E
@temjuizo_joana
.

Um poema feito em parceria. Escrever abriu-me os horizontes aos sonhos, mas também aos que gostam de vir sonhar comigo.
Escrever trouxe-me novas companhias, entre elas, o Marcel Lozano, do outro lado do Planeta - Brasil. Um poeta encantado pelo mundo e pelas forças do amor.
É um gosto poder fazer poesia contigo.

Pág. 2/2

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