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Tem juízo, Joana!

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

Entre o certo e o errado, o perdido e o achado, o dito e o não dito, encontros e desencontros, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

27
Abr20

Nas entrelinhas


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Subjectivas são as entrelinhas. Traiçoeiras também. Gosto pouco das entrelinhas, fazem-me indagar por linhas escondidas que carregam outros desejos atabafados, outra realidade para a qual propositadamente ninguém a quer afirmar.

Porque não ser tudo preto no branco? A comunicação deu-nos linhas, aprendemos em linhas. Onde ficaram as entrelinhas? Perdidas nas expressões corporais, nos silêncios. Não é suposto sermos dotados de as saber ler.

Nesta era, a honestidade clara e destemida nunca foi motivo de julgamento. As entrelinhas são o esconderijo perfeito para omitir uma verdade, não deveria isso ser crime?

Porque refundir? Poupávamos interpretações, procuras e ambiguidade.

Não gosto de ser nem estar entrelinhas, prefiro a liberdade em linhas que guardam a verdade num papel fidedigno cheio de franqueza.

Corajosos, os que descartam à partida as entrelinhas para se exprimir. Esses sim, eu gosto.

 

 

26
Abr20

Mulheres, sem pudores


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Temos um pipi, uma paxaxa, uma passareca, passarinha, papoila, bichinha… já lhe ouvi chamarem muita coisa. Sem pudor, hoje chamaremos de: vulva. Só por ser mais científico. Mulheres, temos vulvas! Somos mulheres, cheias de instinto, sextos sentidos, segundo ciclos menstruais que nos afetam o humor, vivemos de incertezas e de certezas, com uma vulva cheia de poderes! Uma vulva mágica!

De silhuetas diferentes, mas com os mesmos relevos, que nos obrigam a guardar mais acessórios nas gavetas. Marcam-nos cicatrizes no corpo, que guardam memorias e contam histórias excitantes de um corpo.

Somos caprichosas, até na libido. Uma libido que não se vê, só se sente! Um prazer que é preciso procurar, que é preciso conhecer. Vulvas que vêm com um clitóris. O que brinca às escondias, nos actos de amor, só para se fazer de difícil!

E, por ser difícil, abdicamos e fingimos o nosso próprio prazer para prazerar o outro? Que valor tem o parceiro(a) para merecer mais um orgasmo que nós? Não podemos desvalorizar assim o clitóris e dar-lhe um papel para representar. Esse que, mesmo sendo difícil, consegue não nos dar um, mas múltiplos orgasmos de prazer. Pura magia!

Se não, seremos apenas um botãozinho escondido, entre os grandes e pequenos lábios, para tocarmos em horas de SOS.

Somos de uma anatomia que nos permite a penetração. Aquela sensação quente, dura, de invasão, à qual nos moldamos e, por magia, regressa ao seu estado normal. Bem como, uma anatomia que se modifica para dar vida e que, mais uma vez por magia, retorna ao seu estado normal.

Nós damos vida. Produzimos novos seres dentro de nós, só nós temos essa capacidade de fazer crescer sementes a seres humanos. E assim, só nós damos vida ao mundo. E, literalmente assim, no mais alto nível de altruísmo, damos também a vida, se for preciso. Somos magia!

Acreditem que é magia, quando os seios ficam dolorosos e, misteriosamente… dão leite! O leite que dá vida.

Menstruamos. Sem pudores, contactamos com sangue do nosso sangue. Porque vivemos por ciclos. Ciclos que nos definem. Ciclos, por vezes, de dor. Mas, a magia de que falo nunca nos quis causar dor, a dos ciclos, da penetração, a dum pós-parto. Não deveria existir. A natureza concedeu-nos para termos uma única dor, a do parto. E nessa, pedem-nos para sermos fortes. Quando fortes, já fomos a vida inteira.

Por isso, sem pudores, procurem ajuda com a Fisioativa.oficial - Facebook *, aquela que não por magia, mas por dedicação, sabe de quantas camadas as nossas vulvas são feitas. Tem o conhecimento da ciência dos pipis e aplica-o num movimento super feminista de inter-ajuda pélvica.

Por todas estas razões e mais algumas, temos de ser sem pudores… Quando o pudor é um constrangimento à nossa salvação enquanto mulheres, mulheres que, com toda a bravura, se distinguem numa força brutal da natureza!

*Fisioativa.oficial - Instagram

 

23
Abr20

Round 2, Fight!


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Discussões. Um tema que me mete em pele de galinha e ardor no estomago.

Trigger de erupção. Eu tenho vários. Cego, não oiço, só falo. Zonas de incendio onde só queremos gritar para ser ouvidos, só estamos do nosso lado a ver a nossa perspectiva. Tomamos o nosso partido como inquestionavelmente certo.

A minha mãe dizia: “mas tu também não és fácil, Joana…”, cada vez que lhe contava uma discussão da minha prespectiva. E, mesmo misturando uma pimentinha a mais, só para a conquistar para o meu lado, havia sempre esta celebre frase final “tu também não és fácil…”.

Discutimos porque haverá sempre um “mas”, um “e se”. “Mas” que magoam e “se”s que magoam ainda mais. Um “mas” que nos transporta para o outro lado do abismo, um “mas” carregado de egocentrismo, porque a seguir ao “mas” vem o “eu” – “mas eu…” e se não vier logo a seguir, vem aos trambolhões pela frase fora. O mesmo se passará com o “e se”. Moral da história, discussões existem porque, no nosso mais íntimo, estamos com a cabeça a tocar nas coxas, voltada para o umbigo. Há prespectivas demasiado egocêntricas cujos objectivos não são para ferirem voluntariamente. Mas <<ora cá está ele>>, quem me diz a mim que a minha também não é? Pois… “Também não és fácil…”, uma frase cheia de sabedoria e, de um amor e poder tal, que me fazia repensar tudo de novo.

Confesso que não sou fácil. Sou daquelas que se ergue para falar mais alto. Sou daquelas que aponta o dedo. Sou daquelas que iça o peito, sujeito a balas, como se fosse imortal. Um orgulho imortal. Mas ferido. “Tu também não és fácil” sempre foi a chave e, a minha mãe sabia-o, para me olhar para dentro e logo de seguida olhar-me através dos olhos do outro.

Eu, como tantos outros, sofri de uma lavagem cerebral dos contos de encantar. Contos que nos ocultam esta parte. Que nos fazem achar que o “para sempre” associado à palavra “felizes” funciona e existe. Vendemo-nos às histórias em que a nossa alma gémea vem salvar-nos montado num cavalo branco.

Só que, depois damos conta que os cavalos brancos não existem na cidade. Muito menos, que a nossa alma gémea o saiba montar. E… Sofremos! Sofremos porque afinal já não somos mais princesas em redor de tule, mas sim mulheres feitas a chafurdar na merda da realidade.

Como poderíamos nós ser felizes para sempre, encaixarmo-nos na perfeição, se nós próprios estamos eternamente em mudança?

A resposta certa todos sabemos, mas mesmo assim choramos. Choramos porque nos foi vendida a banha da cobra do romance em castelos que não existem.

Vá lá, venha a round 1, 2 ou 3, as discussões são congénitas. São o confronto de prespectivas diferentes, de modos de estar e de ser diferentes, que incomodam de certa forma o outro. E, não me venham, os politicamente correctos, dizer que devem ser respeitosas. Deviam, sim. Mas não são! Se, logo à partida não estamos a respeitar o modo de estar e de ser do outro?

Tem necessáriamente de coexistir, se queremos concretizar aquele sonho que todas temos refundido num cantinho do nosso ser, já com algum musgo e cheio de borbuletas em volta, do "viveram felizes para sempre".

Em round 3, 4 ou 5, as discussões são as impulsionadoras dum caminho à aceitação da diferença e ao mútuo respeito, ou não...

Afinal, ninguém é assim tão fácil… Já dizia a minha mãe.

 

Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_

 

20
Abr20

Lavar as mãos, lavar os medos


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Em tempos modernos de guerra, não se utilizam armas.

“Contra os canhões marchar, marchar!” saiu de moda.

Contra um inimigo que não se vê,

a água e o sabão vestem as armaduras.

“Lavem as mãos” dizem eles!

Lavam-se as mãos, para se lavarem dos medos.

Lavam-se as mãos e livram-se à morte.

Já agora, lavemo-nos também dos pecados.

 

Imagem por: Catarina Alves - Freezememories_

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