O reinado das 4 Imperatrizes
Elas são 4.
4 moças refinadas, irreverentes, de narizes empinados e pêlo na venta.
As 4 de uma rebitesa tamanha, ousadas. Mulheres de grandes seios, vistosas, modernas e vestidas com os últimos e melhores outfits da moda. Casa excepcionalmente limpa e organizada, roupa toda passada, camas feitas de um modo secretamente especial que só elas são detentoras desse talento. Filhos educados, com tpc’s feitos, banhos tomados, marido domesticado e muito trabalhadoras.
Ao longo das suas vidas, a garra fez parte de ambos os punhos e a determinação era a almofada onde dormiam, altivas, imponentes demais até para a época. As 4 sem “papas na língua”, o problema sempre foi a língua. Uma língua com ligação directa ao ventrículo esquerdo cardíaco. O cérebro vem depois.
Assumem-me como modestas… e são. Dignas.
Entre elas, uma ligação intensamente forte que tanto tem de amor, como de critica. Respostas tortas e cartas de amor. Uma diz mata a outra esfola. As 4 lança-granadas, que assim que lhes salta o gatilho tudo à volta tende a explodir. São muito severas entre elas, chegam a ser cruéis. Desmentem-se, ralham, reclamam, de uma teimosia sem igual. Acho fascinante, ficarem surpreendidas com as atitudes umas das outras, sem noção de que também assim o são. Cada uma dona do seu nariz, mas com ambição de serem donas dos 4 e de todos os narizes do mundo.
Ora filha, ora mãe, irmã, avó ou neta. Uma relação abundantemente maternal e multidirecional… O amor, a preocupação, as chamadas telefónicas diárias, bidiárias, tridiárias. As conversas de partilha, do mundo, das relações, da vida doméstica, trabalhista, sentimentos, receitas e até das novelas.
As 4 moças também são refinadas no seu modo de amar.
Grande contradição esta. Um amor incondicional. Amam-se tanto que lhes é inato criticarem-se, cobrar, opinar. Ferem-se com os seus corações misericordiosos. Amam-se tanto, de um tal modo refinado, que a dura decisão de perdoar se torna complacente.